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Primeiro mês em Portugal

  • Foto do escritor: fizasmalas
    fizasmalas
  • 29 de nov. de 2018
  • 5 min de leitura

Atualizado: 16 de abr. de 2021


Bem, já faz quase um mês que chegamos em Portugal. Nesse post vou contar o que conseguimos até o momento e comparar um pouquinho com a minha experiência na Austrália.


Vale lembrar que a minha situação atual em Portugal é muito diferente da minha situação na Austrália. Lá eu já cheguei com um visto que me permitia trabalhar e aqui ainda estou aguardando a entrevista no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras para poder pegar o cartão de residência. Além disso, na Austrália eu morava em cidade grande e aqui moro numa cidade pequena. De qualquer forma, com base na minha experiência:


Alugar e mobilar apartamento


Na nossa pesquisa por um lugar para morar encontramos de tudo. Desde uma casinha de pedras no alto de um morro há 30 minutos da empresa em que meu marido trabalha (porém impossível de chegar sem carro) custando 150 (CENTO E CINQUENTA!!!) euros por mês até apartamentos de mais de 1000 euros mensais.


Combinamos que nosso orçamento seria de aproximadamente 300 euros mensais, sem ultrapassar os 400. Por enquanto, alugamos um apartamento de um quarto, sala, cozinha e banheiro num prédio super moderninho. Apesar de adorar o studio em que eu morava em Sydney (foi mesmo um achado), preciso admitir que estamos num ap muito mais moderno, maior e mais bonito, como podem ver pelas fotos da sala, a primeira do studio na Austrália e a segunda do apartamento aqui. Em Sydney tínhamos um sofá cama pois não havia espaço suficiente pra por uma cama sem que o ap ficasse com o aspecto “abarrotado”. Aqui já temos um outro cômodo para o quarto.


Aqui, o aviso prévio para deixar o apartamento precisa ser dado com mais antecedência do que na Austrália. Além disso, o período mínimo para alugar o nosso apartamento é de 8 meses (na Autrália eram 6). E isso porque demos sorte. Um dos locais que visitamos se recusou a alugar pra gente porque o contrato do meu marido no trabalho é de apenas 1 ano. Estavam buscando por alguém que se comprometesse a ficar um período mais longo.


Um dos documentos que entregamos na imobiliária foi o contrato do meu marido. Ou seja, é preciso comprovar de alguma forma que poderá pagar o aluguel. Isso também ocorreu na Austrália onde, apesar de ainda não termos emprego ao alugar o studio, tivemos que apresentar extratos bancários e pagar alguns aluguéis adiantados.















Com relação aos móveis, na minha opinião é mais fácil mobilar a casa na Austrália devido ao Gumtree e a possibilidade de encontrar doações e preços muito baixos em móveis usados. Por aqui não vi grande vantagem em comprar móveis usados pela OLX. Porém, com relação aos móveis novos, fica mesmo elas por elas já que ambos os países tem IKEA (que é de onde vieram a maior parte dos nossos móveis em Sydney e por aqui também).


Existem também casas e apartamentos já mobilados para alugar em Portugal. Alguns com móveis muito antigos.


Porém, aqui as coisas andam mais devagar pra gente


E é aí que está a minha maior reclamação. O que resolvi em uma semana na Austrália levou um mês aqui. Em Sydney alugamos um studio logo na primeira semana em que chegamos. Aqui em Portugal isso levou 3 semanas. Basicamente, a oferta de apartamentos na cidade em que estamos é pequena e há uma concorrência e burocracia maiores. O dono do primeiro apartamento que eu telefonei para irmos visitar exigia fiador, por exemplo.


Além disso, tudo aqui teve que ser resolvido pessoalmente. Na Austrália contratamos serviço de energia online no mesmo momento em que alugamos o AP, fizemos a aplicação para alugar o apartamento online, os vistos e a sua renovação (Working Holiday e estudante) foram feitos online. Aqui, tivemos que ir diretamente nas imobiliarias antes de visitar os apartamentos para obter informações sobre o que já estava e ia estar disponível em breve e tivemos que ir ao serviço de água e energia fazer os contratos (serviços que só funcionam em horário comercial).


Já com relação a documentação, está tudo a passos bem lentos. Até pro meu boy que é cidadão francês e já está trabalhando o registro de cidadão da UE demorou pra ser feito devido a problemas no sistema deles.


Assim como o restante das coisas, o sistema é muito menos informatizado. Para conseguir minha entrevista para pedir a residência precisei telefonar (e aguardar um bom tempo na linha ouvindo musiquinha). O tipo de residência para o qual estou aplicando não é agendado online. Precisa telefonar ou ir super cedo (tipo 6 da manhã) pegar uma fila num órgão de auxílio ao imigrante, que reúne vários tipos de serviço de ajuda e atrai muitos recém chegados, para que eles façam o agendamento.


E, pior, eu só consegui marcar minha entrevista para o começo de fevereiro. Lá vou apresentar os documentos comprovando que sou casada com cidadão da UE e pedir um cartão de residência que me permitirá procurar emprego e usufruir dos demais serviços como residente. Enquanto lá na Austrália eu já estava distribuindo currículos na minha terceira semana, aqui ainda preciso (teoricamente) aguardar todo esse processo. Digo teoricamente porque existem empresas que contratam quem ainda não tem residência, inclusive turistas (muitos brasileiros conseguem sua residência dessa forma, por meio de contrato de trabalho).


E claro, rola um medo de esperar tanto tempo e depois dar tudo errado e não conseguir autorização pra ficar no país. Além da sensação de estar "perdendo tempo".


Vivendo com um salário mínimo – primeiras impressões


Percebi que desde que eu morei aqui em Portugal, em 2014, os preços subiram um pouco. Muita gente reclama especialmente dos preços dos aluguéis.


Ainda estou há muito pouco tempo aqui para afirmar alguma coisa mas acredito que um casal em que ambos trabalhem e ganhem um salário mínimo cada consiga ter uma vida OK sem grandes luxos. Porém não sei se é possível uma pessoa sozinha alugar um imóvel só para si e ainda dar conta das demais despesas sem ficar um pouquinho apertada, especialmente para aqueles que querem morar nas grandes cidades.


Nesse nosso primeiro mês (assim como foi com nosso primeiro mês na Austrália) tivemos gastos iniciais altos pois precisávamos comprar móveis, nos deslocar e, ainda por cima, nas primeiras semanas ficamos em um hotel pago pela empresa do meu marido, porém precisávamos comer fora. Logo, não consigo fazer uma estimativa de gastos mensais para duas pessoas. Quem sabe nos próximos posts...


Verificamos que os eletrônicos custam caro por aqui. Automóveis também. Nesses dois casos, as coisas são o mesmo preço ou até mais caras do que em outros países da UE, porém o salário mínimo é bem mais baixo. Ainda não compreendi a dinâmica do país nesse caso. Talvez se assemelhe a do Brasil em relação a quantidade de pessoas que precisam recorrer a pagamentos parcelados.


População - primeiras impressões


Até o momento as pessoas tem me parecido bem educadas. Moro numa cidade que não tem semáforo. Os motoristas são obrigados a parar quando os pedestres querem atravessar e isso funciona. Além disso, sempre que pedi informação, as pessoas me ajudaram.


Também tive boas experiências ao alugar o apartamento. O dono nos tratou super bem e o antigo inquilino nos ajudou. Teoricamente, teríamos que ficar um dia sem água para que a mudança no contrato fosse feita mas o antigo morador deixou que a água ficasse ligada (mesmo a conta indo para o nome dele). Além disso, a energia e o gás ficaram no nome dele por uma semana a mais depois que ele deixou o apartamento.


Dificuldades iniciais de adaptação


Como aqui, diferentemente da Austrália, as coisas estão avançando a passos lentos, também sinto mais falta do Brasil e da minha família. Afinal, além das dificuldades serem um pouco maiores, eu não tenho me ocupado o suficiente.


Outro ponto que acredito estar influenciando um pouco negativamente é o fato de termos chegado aqui próximo ao inverno. É o período de chuvas. Se tivéssemos chegado perto do verão (como fizemos em Sydney) já estaríamos curtindo as praias e a natureza e certamente os períodos de lazer seriam mais proveitosos.


Também estou com medo de não conseguir um emprego que eu goste ou de ser discriminada pelo meu português brasileiro. Conto pra vocês assim que começar a procurar emprego.


Continuarei contando as novidades nos próximos posts.



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